Cinemas
Família Dias - Transcorria o ano de 1900 quando aqui chegou, vindo de Campinas, José Gonçalves Dias, imigrante português e agricultor. Adquiriu a Fazenda Mirassol onde produzia café. Após onze anos, seus negócios tornaram-se bem diferentes daquele que o trouxe a Pederneiras. E assim, em 1911, na Rua do Comércio (atual Rua 9 de Julho), instalou o primeiro cinema da cidade, o Cine Progredior. Em 1918, construiu um pavilhão na Rua Municipal (atual Rua Siqueira Campos) – hoje em frente a atual Prefeitura. Ali foi instalado o Cine Ideal, que em 1922, com o falecimento de José Gonçalves Dias, assumiu a direção seu filho José G. Dias Jr. e sua mãe Escolástica Leite de Oliveira Dias. Nesse mesmo ano de 1922, Carlos Ghiraldeli e Vicente Rodrigues construíram o prédio do Central Cinema, na Rua Belmiro Pereira (Praça da Matriz), e que após algum tempo de funcionamento, foi adquirido por José G. Dias Jr. (Juquinha). A partir do Central Cinema, a família Dias permaneceu 52 anos em sua direção, que além de exibições cinematográficas, em seu palco eram apresentados espetáculos teatrais, cantores, humoristas e artistas que na época viajavam por todo o estado realizando shows. Neste local também eram realizados bailes carnavalescos com batalha de confeti. Os filmes exibidos eram mudos e a sonorização era feita por “Dona Colaquinha” (D. Escolástica), com sua pianola e um pequeno grupo musical. Em princípios de 1928, a Empresa Teatral Paulista arrendou o cinema que pertencia a Empresa Viúva Dias e Filhos. Em 1930, Pedro Paulo de Oliveira Dias adquiriu as partes dos irmãos e assumiu definitivamente o Central Cinema, e nos dias 6 e 7 de setembro desse mesmo ano, foram inaugurados os aparelhos Movietone e Vitaphone, passando a exibir filmes sonoros. Na estréia, foi exibido o filme “Deusas da Broadway” com Alice White. No segundo semestre de 1941, o prédio passou por reformas e substituição dos projetores que permaneceram até 1955, quando Pedro Dias fez ampla reforma, instalando novos projetores, som e tela panorâmica de Cinemascope. Pedro Dias dirigiu o Cine Central até 1974, ano de seu falecimento. Neste mesmo ano foi arrendado para distribuidoras até 1981, quando assumiu a direção Roberto Mai e José Roberto Pelegrineli Mai, permanecendo até 1991, quando encerrou suas atividades. Do primeiro Cinema até o encerramento do Cine Central em 1991 foram 80 anos do pioneirismo de José Gonçalves Dias.
O Cinema da Praça
Em 1928, um grupo de pederneirenses se reuniu a fim de fundar um cinema na Rua Dr. Amaral Carvalho (atual Rua Siqueira Campos), na Praça da Matriz. Os futuros proprietários esperavam por uma desapropriação que não aconteceu e o projeto não vingou.
Cine União - Com a conclusão do edifício da União Católica na travessa Anchieta com a avenida Tiradentes, o Pe. Ernesto Cangueiro, pároco da Igreja Matriz de São Sebastião, instalou o Cine União em 19 de setembro de 1929, ainda com exibições de filmes mudos. O som ficava a cargo do piano de Maria Ângela Pisani (Nenê), do violino de Caetano Ladaga Pisani (Tanucho) e da flauta de Salvador Ladaga Pisani (Dodô).
Cine Anchieta - Em 1966, o diretor da Escola Técnica de Comércio Anchieta, professor Sinésio Ghiraldeli, e o radialista Elias Simão instalaram o Cine Anchieta no prédio da já citada escola. Passou a gerenciá-lo Miguel Pertinhez e finalmente Roberto Mai, permanecendo até 1981 quando encerrou as atividades.
Cine Clube Sétima Arte - Em 1990 reuniram-se José Roberto Pelegrineli Mai, Oripes Maciel e Rinaldo Toufik Razuk, aficionados pelo cinema, aos quais se juntaram Antonio Cachucho da Silva e Dionísio Canelada Campos. Nasceu assim o Cine Clube Sétima Arte instalado no mesmo prédio onde no passado funcionou os Cines União e Anchieta. Em 28 de setembro de 1994, com a presença do Dr. Adhemar de Barros Filho, doador dos projetores e do equipamento cinematográfico, foi inaugurado o novo cinema. O projeto ainda tem a Sala Cultural de Cinema, onde são exibidos antigos clássicos da Sétima Arte.
Fonte: Cine Central e Cine Anchieta - Francisco N. Penteado e Rinaldo T. Razuk.
Cinemas: Pesquisas de Rinaldo T. Razuk.