Manoel José Coimbra
Manoel José Coimbra (Cel. Coimbra) já representava a Vila de Pederneiras na Câmara Municipal de Lençóis em 1889, e foi o grande precursor das três campanhas locais de emancipação administrativa e judiciária: primeiro, contribuindo para a consecução do ato governamental de 28 de fevereiro de 1889 que elevou à categoria de Freguesia esta antiga povoação; depois, obtendo o decreto 174, de 22 de maio de 1891 que criou o município com a denominação de São Sebastião da Alegria; e, finalmente, como primeiro Presidente da Câmara Municipal, lutando sem tréguas desde 1892 até o último momento de sua vida, pela criação da Comarca. Foi sob a sua presidência que se instalou o Município de São Sebastião da Alegria, a 7 de Julho de 1891. Presidiu o primeiro diretório político que se formou, tendo como membros os Srs. Isaac Alves Ferreira, Augusto Afonso Correa de Lacerda, Major José Joaquim Garcia e Pedro Alexandre de Oliveira Rita. A primeira Câmara deste Município, integrada por Manoel José Coimbra, Isaac Alves Ferreira, Antonio Felipe Franco e João das Chagas Moraes e Silva, iniciou em 1892, a campanha em prol da nossa emancipação judiciária. Nesse ano foi realizada uma sessão conjunta com a Câmara de Espírito Santo da Fortaleza (Piatã), para tratar da criação da comarca, unindo os dois municípios, no que as duas Câmaras estavam de pleno acordo. O insucesso desse primeiro embate, oriundo da resistência política de Lençóis, não esmoreceu a fibra rija do lusitano “desbravador de sertões e plantador de cidades”. A 10 de abril, e, novamente a 23 de maio de 1894, era o próprio Cel. Coimbra quem levava pessoalmente ao Congresso Estadual o apelo da Câmara pela criação da comarca, conseguindo apenas uma medida conciliatória: o Decreto 316, de 25 de maio de 1895, desmembrando Pederneiras de Lençóis e anexando-a a Jaú. A 10 de agosto de 1897, por indicação do presidente Manoel José Coimbra, a Câmara que tinha como membros mais os vereadores José Eufrazino Damasceno e Souza, Pedro Alexandrino de Oliveira Rita, Joaquim Antonio Esteves, Isaac Ramos Nogueira dos Santos, João Francisco Cardim e Eliazar Rodrigues Braga, realizaram uma sessão conjunta com a Câmara da Vila de Bauru, a fim de tratar da criação da Comarca composta destes dois municípios. Não chegaram a qualquer acordo porque Bauru queria a sede da comarca e Cel. Coimbra continuava intransigente no seu grande ideal de elevar Pederneiras à sede de Comarca. No decorrer de todos os anos que se seguiram, a questão da criação da comarca era colocada na “ordem do dia” pelo vereador Coimbra. Não permitiram os bons fados que o criador do Município de Pederneiras, idealizador e viga mestra da campanha em prol criação da comarca, assistisse em vida a concretização do seu grande sonho em 26 de abril de 1928. Não se lhe pode negar, porém, os louros dessa conquista. Cel. Coimbra, como vereador e presidente da Câmara, em todas as legislaturas, desde a instalação do município até a data da sua morte, prestou serviços inestimáveis a esta comunidade, destacando-se com maior vulto do nosso passado histórico, e merecendo o título de criador da Freguesia, do Município e da Comarca de Pederneiras.
Texto extraído de Sahid M. Maluf – Folha de Pederneiras – 13 de Março de 1949.
Pesquisas com adendos e correção de Rinaldo Toufik Razuk.